Amor de Perdição

Camilo Castelo Branco – 255 páginas – Editora Babel

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“Ama-me a assim desgraçada, porque me parece que os desgraçados são os que mais precisam de amor e de conforto. Vou ver se posso esquecer-me, dormindo.”

“Não sei de que me serve a vida, se a não sacrificar a salvar-te. Creio em ti, Teresa, creio. Ser-me-ás fiel na vida e na morte.”

Quem aqui amigo nunca pensou estar perdendo-se de tanta paixão? Para quem se identificou com este questionamento, fica o desafio de ler Amor de Perdição. O romance português escrito em 1861 é baseado na história de Simão Antônio Botelho jovem português que logo ao sair da adolescência para a vida adulta, apaixona-se pela vizinha Teresa de Albuquerque, filha do maior desafeto de seu pai. Tem início aí uma história de amor impossível e muitas tragédias estão para acontecer.

Esta obra certamente já deve ter sido leitura obrigatória em diversas provas de vestibular. Para quem não está habituado à linguagem mais “rebuscada” utilizada antigamente a leitura pode parecer difícil no início da leitura, porém com o andar da carruagem (:P) tudo fica mais fácil, não sei se por hábito ou se pelo interesse na história mesmo.

Achei que o livro seria maçante, mas fiquei surpresa ao perceber que em um final de semana já havia devorado as páginas com a maior facilidade. A história realmente é um completo drama, devido às limitações impostas pela sociedade da época. Podemos ver que os diferentes tipos de amor apresentados no livro podem levar o amante à sua ruína.

Para quem acha que os romances atuais são melosos, fica a dica para encarar este e conhecer um pouco mais dos costumes dos séculos anteriores. Saber que o próprio autor, Camilo Castelo Branco, passou por muitas histórias de paixões arrebatadoras e que escreveu este livro quando estava na prisão, deixa uma curiosidade a mais no ar.

Eu, como fangirl de romances, curti o desenrolar da história, sempre levando em consideração a época em que se passou. Preferiria que o desfecho fosse diferente, mas se é baseado em uma história real é uma baita história.

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O Horror de Dunwich #resenha

H.P. Lovecraft. Nunca ouviu falar? Então você não sabe o que está perdendo. Não tem nada a ver com amor ou com o Harry Potter (o que eu ia achar ótimo, por sinal ;P). O cara foi um autor norte-americano que revolucionou o gênero de terror no início do século XX.

A resenha do Fábio traz hoje uma das histórias do autor de terror O Horror de Dunwich, na série: “Dos livros que a medrosa aqui não vai ler”. Curte aí e quem leu conta o que achou!

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Então, finalmente eu li um livro do Lovecraft. E um baita livro, que me deixou receoso, curioso, ansioso, tudo isso de uma maneira boa. Mas também me deixou um pouco frustrado. O livro começa descrevendo o povoado de Dunwich como um lugar sombrio, que não cresce como outros lugares vizinhos, e cheio de lendas e contos assustadores. Perto dali, existe um círculo de pedras, que mais pra frente no livro, é utilizado como ponto de início de todos os horrores do livro.

Quando eu falo em horrores, não falo de uma maneira ruim, quero dizer que são coisas realmente assustadoras, que são de certa maneira, inconcebíveis à minha cabeça, mesmo tendo descrições tão minuciosas. Inclusive, essa é a única coisa que me incomoda no livro: as demasiadas explicações. A história realmente começa a acontecer na metade do livro. Até lá, conta-se sobre o povoado e a família Whateley (os responsáveis por trazer os “monstros” para Dunwich). Entretanto, eu entendo a complexa necessidade dessas características tão detalhadas de cada objeto, personagem e criatura: se mesmo descrevendo tanto, não se consegue imaginar por completo os horrores, imagine se Lovecraft os descrevesse menos.

Durante a primeira metade do livro, todo o suspense se dá ao redor do velho Whateley e de seu neto, Wilbur. O neto é descrito como uma criatura realmente estranha, ele cresce anos em questão de meses, tem conhecimentos de adultos, babulcia em idiomas estranhos e possui uma aparência de bode. Quando chegamos à metade do livro, um acontecimento relacionado ao Wilbur muda todo o rumo da história. Novos personagens são introduzidos, o Necromicon é citado inúmeras vezes, uma nova ameaça – antes apenas um rumor – toma grande importância na história e muda o rumo de tudo. Pra mim, aí que começa a ficar interessante de verdade. A nova ameaça ataca e não é vista, deixa rastros gigantes, e vem com a profecia de que a sua missão é abrir um portal para mais criaturas de seu tipo chegar a nós trazendo o apocalipse consigo.

O final deixa no ar a ameaça dessas criaturas. E que ameaça: no clima do livro, a simples frase “[…] exterminar a humanidade e arrastar a Terra para algum lugar inominável por alguma razão inominável […]” me deixou completamente desconfortável, mostrando a força e o poder de tais monstros. Percebo agora, que eu estava com uma expectativa errada sobre o livro. Ele não foi feito para dar sustos, ele não foi feito pra te fazer tremer. Ele foi escrito pra te deixar desconfortável, desconcertado, intrigado e principalmente, frustrado, por não conseguir imaginar por completo as abominações citadas.

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Fábio Bachi

Viciado em Crônicas de Gelo e Fogo, zumbis e música. Baixista em uma banda cover de Foo Fighters e desenvolvedor web nas horas vagas e não vagas.

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As Dores da Alma #resenha

Francisco do Espírito Santo Neto – Editora Boa Nova – 210 páginas

E vamos então para mais uma resenha! Procuro postar para vocês livros com temas diferentes a cada semana para mostrar que a literatura pode sempre ter um tema que te agrade, por isso o livro dessa semana é o As Dores da Alma, calma não “priemos cânico”, não é um livro tão trágico quanto o título aparenta.

SINOPSE: O autor espiritual Hammed, através das questões de ‘O livro dos Espíritos’, analisa a depressão, o medo, a culpa, a mágoa, a rigidez, a repressão, dentre outros comportamentos e sentimentos, denominando-os ‘dores da alma’ e criando pontes entre os métodos da psicologia, pedagogia e da sociologia, fazendo o leitor mergulhar no desconhecido de si mesmo no propósito de alcançar o autoconhecimento e a iluminação interior.

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O livro, de literatura espírita, aborda os diferentes sentimentos que nos incomodam vez ou outra na vida. Já fiz uma citação da obra em uma Frase da Semana: aqui. Além de nos explicar a origem de cada um desses sentimentos, o autor do livro pelo espírito de Hammed, nos explica como melhorar a nossa situação em cada caso. Os temas são abordados com várias vertentes o que torna as explicações mais abrangentes.

Com essa leitura, você vai passar a entender mais sobre a crueldade, o orgulho, a irresponsabilidade, a crítica, o medo, a preocupação, a solidão, a culpa, a ansiedade e muitas outras dores que afligem a muitas pessoas.

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Indico essas obras de autoconhecimento como leitura de cabeceira.É uma ótima opção para se ler antes de dormir, os capítulos são curtos e as lições, bem específicas e não precisa ser lido na sequência, pois os capítulos são independentes. Só acho que a capa poderia ser mais amigável, não concordam?

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Como já comentei outras vezes aqui no blog, sou muito a favor de conhecermos diferentes tipo de leitura e para mim, livros que nos ajudam a entender o nosso interior e as nossas relações interpessoais tem um lugar especial na Prateleira.

Fica a indicação e quem tiver outras sugestões, comenta aí!

Cinquenta Tons de Cinza #trailer

Falta um mês para a estreia do primeiro filme da triologia Cinquenta Tons.

Cinquenta Tons de Cinza estreia nos cinemas dia 14 de fevereiro. Ansiosos para assistir e criticar se apaixonar?

Quer saber mais sobre os livros? Veja as resenhas aqui do blog:

1. Cinquenta Tons de Cinza

2. Cinquenta Tons Mais Escuros

3. Cinquenta Tons de Liberdade

O Chamado do Cuco

Robert Galbraith – Editora Rocco – 447 páginas

Então vamos para a primeira resenha de 2015! ÊÊÊÊÊÊ!!! Vamos ver se eu continuo afiada?

O Chamado do Cuco é um romance policial escrito por ninguém mais, ninguém menos que a nossa querida JK Rowling. Para quem ainda não sabia já começamos com uma surpresa. 😀 Sob o pseudônimo de Galbraith ela tentou manter a publicação sem vínculos ao seu nome, mas como hoje em dia é cada vez mais difícil guardar segredos, a informação veio à tona e o livro teve suas vendas alavancadas. Nada como ter uma boa reputação, não é? Eu particularmente só fiquei sabendo deste livro após essa revelação e ganhei de presente ainda em fevereiro de 2014 de uns certos amigões (oi Fábio, Tássia e Henri o/). Demorou, mas eu consegui! O livro entrou na minha fila de leitura e aí vai o meu parecer.

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Começando pela capa que é muito linda *.* Gostei muito das cores, pena que não continua no verso do livro. O título só começa a fica claro depois de um bom tempo de leitura. Acredito que em inglês The Cuckoo’s calling não haja o duplo sentido que vi por aqui. Acredito que o mais adequado seria O Chamado de Cuco, não? (Pergunta para quem já leu a obra)IMG_20141215_130428311

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 SINOPSE: Quando uma modelo problemática morre numa queda de uma sacada da Mayfair coberta de neve, supõe-se que ela tenha cometido suicídio. O irmão, porém, tem suas dúvidas e pede ao detetive Cormoran Strike para rever o caso.

Strike é veterano de guerra – ferido física e psicologicamente – e sua vida é uma confusão. A investigação lhe dá um salva-vidas financeiro, mas tem um custo pessoal: quanto mais ele mergulha no complexo mundo da jovem modelo, mais sombrias ficam as coisas – e mais perto ele chega de um perigo terrível.

Um mistério elegante e emocionante impregnado da atmosfera de Londres – das ruas silenciosas de Mayfair aos pubs entocados do East End e à agitação do Soho – O Chamado do Cuco é um livro extraordinário. Apresentando Cormoran Strike, este é o primeiro romance policial de J.K. Rowling, escrito sob o pseudônico de Robert Galbraith.

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Assim como no Morte Súbita, citações…

Um dos primeiros estilos de literatura que eu me interessei na adolescência foi o romance policial (Agatha Christie e Sidney Seldon, quem nunca?), há anos não leio livros desses autores, mas, vasculhando as minhas memórias, não pude deixar de comparar as obras. O livro de Galbraith é realmente muito bom, mas assim como o Morte Súbita de JK, demorou quase a metade do livro para que eu me sentisse verdadeiramente envolvida pela trama e depois (beeeeem depois), milhões de informações que não conseguimos captar no decorrer da leitura são despejadas como solução do crime. Se eu gostei da trama? Sim, gostei, mas dispensaria boa parte das descrições e situações vividas por Strike que para mim não agregaram nada à história. Consegui gostar de Batman e Robin, não péra, Cormoran e Robin, independente das extensas partes de descrição da vida particular dos dois. Espero que no próximo livro sejamos poupados disso ou, pelo menos, que estes trechos tomem menos tempo da trama.

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Fiquei #chatiada por não ter conseguido captar quem era o autor do crime antes do final, posso estar enferrujada nos romances policiais, mas muitas das evidências e conclusões não foram apresentadas durante o livro. Dessa forma, parece mais “fácil” criar um desfecho, pois qualquer um pode ser o culpado, basta voltar as provas contra ele. Desculpe aí, gente, mas foi a minha impressão. Talvez até pelo fato de ter lido em um espaço maior de tempo e com muitas interrupções, posso ter perdido alguns detalhes.

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Mais de 200 páginas bem cansativas e um final incrivelmente rápido, descrito em duas páginas. Apesar disso, gostei do livro (e da capa, tipo, muito), pela ideia da história e por ter curtido os personagens. Vamos acompanhar as próximas aventuras de Cormoran e Robin.


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Curioso sobre a resenha de Morte Súbita? Leia aqui.