Laranja Mecânica #resenha+filmologia

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O livro sem fim… Calma aí, minha gente, não estou falando mal da obra, é apenas um desabafo pela quantidade de material extra disponível no exemplar que possuo. Um dos 455323456 livros que eu ganhei de aniversário foi a edição especial de 50 anos do livro Laranja Mecânica de Anthony Burgess.

Publicado pela primeira vez em 1962, o livro de Burgess desperta a discussão sobre a ultraviolência, o direito de escolha do ser humano e até que ponto o Estado (no sentido de entidade) pode avançar para preservar a lei e a ordem. Tão chocante quanto o filme dirigido por Kubrick em 1971 (que eu conheci antes do livro). Vamos para a sinopse da história para vocês entenderem um pouco mais…

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SINOPSE: Ambientado em um futuro impreciso (mas não distante), Laranja Mecânica é a perturbadora confissão autobiográfica de Alex, líder de uma gangue adolescente que se reúne para cometer perversidades e atos de violência pelas ruas de uma metrópole decadente.

Após uma incursão malsucedida, Alex é capturado pela polícia. Na prisão, é submetido a uma experiência de reengenharia social desenvolvida para eliminar tendências criminosas, cuja finalidade é reeducá-lo psicológica e socialmente. Uma experiência extremamente dolorosa e tão desumana quanto a ultraviolência que o próprio Alex costumava praticar.

O resultado desse processo, bem como sua legitimidade, conduzem a reflexão magistralmente proposta por Burgess. Eleito pela revista Time um dos com melhores romances de língua inglesa do século 20, Laranja Mecânica é um dos ícones literários da cultura pop ao lado de 1984, de George Orwell, e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley.

Como o próprio Alex diria, “é uma história horrorshow, que vai te fazer smekar feito um bizummi ou trará vetustas lágrimas a seus glazis”.

Primeiramente, vocês entenderam a última frase da sinopse? Não vale procurar no Google :p Pois vejam bem, essa é a linguagem utilizada em TODO o livro, sim, eu disse TODO o livro. Isso particularmente foi uma dificuldade que eu encontrei e o que tornou a minha leitura mais lenta, pois, por mais que ao final do livro tenha um glossário das palavras utilizadas, é meio maçante ficar procurando e mentalizando esse dialeto. Nos extras temos a explicação de por que o autor criou esta forma de linguagem, mas mesmo assim achei que dificultou a leitura e compreensão de alguns momentos, você perde o pique tentando lembrar que raios significa toltchoks ou plotis ou tuflis. Acho que, após essa leitura, posso me considerar cult e sair cagand* regra de erudita por aí #sqn

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A apresentação do livro é lindona! *.* Capa dura, sobre capa, papel top e ilustrações de caras foda: Dave McKean, Oscar Grillo e Angeli. Como eu já comentei, o livro possui diversos textos extras, como: glossário, informações sobre a adaptação para o português, contextualização da obra, artigos e entrevistas do autor e ainda algumas páginas de seus originais. O material é muito interessante e traz muitos elementos que contribuem bastante para a compreensão e absorção da história, além de fatos curiosos, como na entrevista transcrita onde Burgess diz que o Laranja Mecânica não é nem de longe o sua criação preferida, mesmo com toda a repercussão mundial.

E vocês sabiam que em muitos países o último capítulo foi excluído da história? Nem na Kubrick sabia deste capítulo, publicado somente em alguns países, quando fez a sua adaptação para o cinema. Pois bem, este exemplar possui sim o último capítulo e me sinto guardiã de um segredo a partir de agora. Ha-ha-ha e digo a vocês (sem spoilers) que a história pode ser vista de uma outra maneira agora…

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Sobre o filme

Lançado em 1971, sob a produção e direção de Stanley Kubrick, a adaptação da obra para o cinema arrecadou mais de 26 milhões de dólares e recebeu diversas nomeações a prêmios, como Oscar para Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado.

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O resultado apresentado por Kubrick é muito parecido com o da obra original, exceto pela falta do último capítulo e a idade dos personagens, no livro Alex tem apenas 15 anos quando a história começa, já no cinema os membros da gangue são apresentados como mais velhos. A medida que li a história, consegui visualizar os personagens e a passagem de tempo do filme. Algumas situações foram omitidas, mas não se perde a ideia e essência do que o autor pretendia passar para o público. A versão cinematográfica foi o que realmente tornou a obra conhecida e admirada no mundo inteiro, levando, inclusive, muitas pessoas a pensar que a história foi escrita diretamente para o cinema.

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Durante o tratamento realizado com Alex, a música (outrora sua grande paixão) também passou a fazer parte dos procedimentos, causando-lhe verdadeira repulsa ouvir música clássica. É um ponto bem interessante ver as atrocidades cometidas pelo jovem ao som de Beethoven. Trilha sonora rica e que muitos de nós desconhecem.

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Como avaliação final, acredito que a leitura e o conhecimento de obras clássicas seja sempre enriquecedor. Como forma de lazer, não está entre as minhas escolhas habituais, mais conhecer outros estilos, principalmente que nos levam à reflexão e que são tão relevantes para a cultura mundial aumenta (e muito!) a nossa visão de mundo.

Eu sou a lenda – Filmologia Literária

É hoje! Hoje é dia de Filmologia Literária! Viva os filmes! Viva os neologismos! Viva as exclamações em excesso! #brinks

Então gente, no Filmologia deste mês, o Felipe Stoker traz para nós a análise do livro Eu sou a lenda e as suas três, eu disse TRÊS, adaptações para o cinema. Você sabia disso? Então dá uma olhada na análise e fica expert.

;D

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Eu Sou A Lenda é um livro escrito por Richard Matheson, que narra a trajetória de Robert Neville, em um mundo onde vive sozinho e precisa se proteger de criaturas estranhas que o perseguem.

Entendendo o autor:

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Richard Matheson é um dos mais consagrados escritores de ficção cientíca, já serviu de inspiração para Stephen King, escreveu roteiros para séries como Além da Imaginação e Histórias Extraordinárias, já teve seus livros adaptações para o cinema, começando com O Incrível Homem Que Encolheu, Encurralado (Steven Spielberg), Amor Além da Vida (Robin Williams), Em Algum Lugar do Passado (Christopher Reeve), dentre outros.

Todos os filmes abordam uma visão interessante do personagem principal, um homem que vive sozinho, pode ir a qualquer lugar e pegar o que quiser. Se no caminho furar o pneu do carro, ele pode trocar o carro, se quiser uma Ferrari, é só pegar. Mas há um detalhe! Tudo isso deve ser feito sob a luz do dia. De noite, seres monstruosos vão há sua caça, pelo simples fato de ele ser o único sobrevivente de sua espécie e ser imune ao vírus causador de toda a devastação.

Temos aqui, um possível papel de herói, que foi interpretado por grandes astros do cinema, como Vincent Price, Charlton Heston, Will Smith e Mark Dacascos, todos fazem esse personagem seguir à risca o descrito acima. Por tanto, ao ler o livro, você chega a conclusão, de que é o próprio personagem principal (Robert Neville) que causa as mortes, ao perceber isso, você entende o porquê do “Lenda” no título do livro.

O livro, lançado no ano de 1954, era uma das novidades que tratava do assunto “Ficção Científica pós-apocalíptica”, teve três adaptações cinematográficas que fizeram sucesso e uma adaptação direto em vídeo. Apesar de já ter sido adaptado várias vezes, nenhuma adaptação conseguiu ser realmente fiel ao livro.

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Em 1964, dez anos após o sucesso do livro, acontecia a primeira adaptação cinematográfica, com o nome Mortos Que Matam (The Last Man on Earth), protagonizado pelo famoso ator Vincent Price. A direção e roteiro ficaram por conta de Ubaldo Ragona. Richard Matheson também foi um dos responsáveis pelo roteiro do filme e na época usava o pseudônimo de Logan Swanson. Esse filme possui elementos cruciais para um bom terror da década de 60: ser feito na Europa, estar em preto e branco e ser protagonizado por Vincent Price. Nesse filme, o sobrenome Neville foi alterado para Morgan. Segue um pouco o proposto pelo livro, mas dá pra perdoar, levando em conta que o escritor do livro é um dos roteiristas do filme.

Serviu de inspiração para George Romero criar A Noite dos Mortos Vivos (The Night of Living Dead), clássico eternizado que popularizou a temática “zumbi” que já é consagrada nos dias de hoje. Levando em conta que mortos-vivos tentam invadir uma casa de campo onde há um grupo de sobreviventes, nada diferente do filme com Price.

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No ano de 1971, outra adaptação foi feita, dessa vez com o título A Última Esperança da Terra (The Omega Man) protagonizado por outro ícone do cinema, o famoso Charlton Heston, imortalizado no cinema por clássicos como Ben-Hur (vencedor de 11 Oscar), O Planeta dos Macacos, Os Dez Mandamentos e A Marca da Maldade (de Orson Welles), a direção fica por conta de Boris Sagal e o roteiro por conta do casal John e Joyce Corrington.

Com algumas diferenças referente ao filme anterior, esse filme conta com mais ação e também com ‘vampiros albinos’ que se denominam “A Família”, uma alusão a Charles Manson, pois o filme foi lançado alguns meses depois de seu julgamento e dos integrantes de sua “família”. O roteiro acerta bastante, apesar de não ser fiel ao filme anterior e nem tão fiel ao livro, o filme faz uma bela homenagem e mostra uma possível visão mais realista dos fatos. Vide que na versão anterior, tínhamos vampiros sedentes por sangue, aqui são seres que, se analisarmos mais a fundo, podemos ver algumas críticas a sociedade da época e alguns assuntos que estão tão em alta hoje em dia, como a racismo e até uma eminente Guerra. Ok, naquela época era Guerra Fria, de qualquer forma, não estamos tão distantes de um apocalipse nuclear.

Por que a palavra Ômega no título? Pois, no alfabeto grego, ômega é a última letra. Se traduzíssemos à risca o título para o português, seria “O Homem Ômega”. Que não difere muito da tradução escolhida.

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E no ano de 2007, um blockbuster foi realizado, esperava-se ser a mais fiel adaptação ao livro, o nome permaneceu 100% fiel e foi só. Eu Sou A Lenda foi dirigido por Francis Lawrence (responsável por Constantine, aquela porcaria), roteiro de Mark Protosevich (A Cela), Akiva Goldsman (Uma Mente Brilhante) e a volta do casal John e Joyce Corrington. Conta no elenco com o Will Smith e a brasileira Alice Braga.

Eu pessoalmente tenho duas opiniões distintas sobre esse filme. É um bom filme e uma adaptação ruim. O filme migra de um horror com efeitos especiais a vai para um melodrama desnecessário. Para os fãs de ficção científica e que respeitam o trabalho de Mathison, esse filme foi um incômodo.

A premissa tem algumas diferenças, no anterior era tudo resultado do impacto de um conflito e nesse filme a catástrofe inicia por causa da manipulação de um vírus de laboratório criador de uma praga que se alastrou de forma colossal, acabando com a vida em quase todos os lugares e os sobreviventes se tornaram criaturas horrendas e agressivas, com fortes características vampirescas.

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Ainda em 2007, uma produção de baixo orçamento com o nome de A Batalha dos Mortos (I Am Omega) foi realizada. Dirigido por Griff Furst, roteiro de Geoff Meed, que também está no elenco do filme, além do famoso Mark Dacascos (Esporte Sangrento, aquele filme sobre Capoeira). Aqui sim, o erro foi feio. Eu Sou A Lenda é um blockbuster e esse filme é um Mockbuster, o típico filme que queria ser um arrasa quarteirões, mas não teve verba. A produtora é a The Asylum, famosa por esse tipo de picaretagem, pesquise mais obre ela e verás.
Aqui, o nome do personagem é Renchard e não temos o background do seu personagem muito bem definido, só sabemos que ele sabe lutar. E a sua vantagens sobre os atores anteriores é essa. Ele se sai bem em cenas de ação e tem uma boa desenvoltura. O problema é o roteiro preguiçoso, onde não conseguimos entender direito o que aconteceu com a civilização, só sabemos que há um sobrevivente humano e outros que parecem mais humanos deformados. Devido ao baixo orçamento, várias cenas foram rodadas em lugares desertos e lugares urbanos ficaram em closes fechados, o contrário de seus anteriores. Filme que só deve ser visto se você quer realmente entender tudo sobre esse universo criado por Matheson.

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Felipe Stoker

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Drácula – Filmologia Literária

Estranhou o nome? Pois bem, hoje estreia mais uma coluna no Prateleira Sem Fim. A Filmologia Literária vai unir os temas de filmes e livros (como o próprio título indica :p). Todas as primeiras quarta-feiras do mês, nosso amigo e parceiro Felipe Stoker irá destacar uma obra literária que foi adaptada para o cinema. Você vai ter a visão de quem conheceu as duas formas da obra, suas impressões, comparações, críticas e etc. Mais um ótimo motivo para você acompanhar os nossos posts e nos deixar a sua opinião. #partiu

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Drácula, é uma criação de Abraham (Bram) Stoker, foi escrito no ano de 1897 e é considerado o principal livro sobre a temática “vampiros”. É catalogado nos mais diversos gêneros, desde romante até terror. Ao contrário do que muitos acreditam, Bram Stoker não é o criador dos vampiros. O vampirismo já havia sido tratado bem antes, em outras diversas culturas. É algo que já permeava principalmente no imaginário da cultura europeia. O que pode-se afirmar, é que ele criou uma lenda, um personagem folclórico da antiga Transilvânia.

O livro possui um formato interessante, conhecido como “epistolar”. É uma coletânea de cartas e anotações em diários que os personagens trocavam. Pode parecer complicado em um primeiro momento, pois é uma narrativa em primeira pessoa, a partir do ponto de vista de cada personagem.

Um ponto forte é que Bram Stoker estudou muito a mitologia da época, o que lhe chamou a atenção, foi a história do príncipe Vlad Tepes, que era conhecido como “O Empalador”, e era governador da Valáquia, na antiga Romênia.

Hoje em dia, a Romênia é um país que abriga muitos estrangeiros, devido às suas lindas paisagens. Muitos turistas ligam o personagem diretamente ao país, porém muitos moradores não gostam dessa comparação.

Bram Stoker foi tão importante para a cultura do Horror, que hoje existem uma premiação que leva seu nome “Bram Stoker Awards”, que já teve vencedores como Stephen King, Clive Barker, Peter Straub.

Livro e filme

Em 1922, um filme de terror chamado Nosferatu fez um sucesso estrondoso e baseou-se inteiramente no livro de Bram Stoker. Porém, devido a problemas com direitos autorais, algumas modificações tiveram que ser feitas, onde Conde Drácula virou Conde Orlok. Todavia, é considerada a primeira adaptação do personagem não-oficial e um clássico do expressionismo alemão.

No ano de 1992, era lançado, o filme mais fiel à esse livro, foi dirigido por Francis Ford Coppola (O Poderoso Chefão, Apocalipse Now), roteirizado por James V. Hart (Hook).
Conta no elenco com Keanu Reeves (Bill & Ted – Uma Aventura Fantástica), Gary Oldman (JFK), Anthony Hopkins (O Silêncio dos Inocentes), Winona Rider (Edward – Mãos de Tesoura) e Tom Waits (sim, o cara que foi inspiração para Heath Ledger interpretar o Coringa).

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O filme começa narrando a vida de Vlad Tepes, que defende a Romênia contra o ataque dos turcos. Enquanto ele luta, a sua noiva Elisabeth é enganada, quando lhe falam que seu amado morreu, truque dos turcos. Após saber dessa notícia, ela atira-se do alto do castelo, provocando uma morte trágica, sob os olhos dos inimigos.

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Vlad, após retornar de guerra, encontra o corpo de sua amada, sem vida. Segundo acreditava-se na época, como ela cometeu suicídio, seu corpo iria direto ao inferno. Com isso, Vlad, que havia defendido a igreja cristã com sua vida, amaldiçoa a igreja, crava a sua espada e começa a jorrar sangue, ele pronuncia as palavras “Eu renuncio a Deus!”, bebe o sangue e torna-se um vampiro!

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Alguns séculos depois, Jonathan Harker, um agente imobiliário está indo ao encontro de Conde Drácula, que possui um imenso castelo e têm interesse em adquirir algumas residências na Inglaterra. Ele chega justamente no dia de São Jorge, que o livro trata como “o dia em que os demônios estão à solta”.

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O velho homem vivia sozinho em um grande castelo… Jonathan já estava algum tempo com Conde Drácula, até perceber que estava sendo enrolado. Decide escrever cartas para a sua amada Mina, porém, todas essas cartas estão sob supervisão do Conde. Ele percebe que ali há algo estranho. Porém, já era tarde, ele teve certeza que algo estava estranho, quando viu o Conde escalando as paredes do castelo de cabeça para baixo, com a facilidade de uma aranha e a agilidade de uma águia. Quando tentou reagir a toda essa situação, recebeu a visita de três belas vampiras, que tomaram conta dele. Tudo isso aconteceu, pois o Conde Drácula descobriu que Mina era a reencarnação de sua amada.

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Drácula, que já estava decidido quanto às suas moradias na Inglaterra, decide viajar de barco, algo que é muito bem retratado no filme, e no livro conta com os diários de bordo. Lucy, a amiga de Mina, é uma linda moça que esta prestes a se casar, porém ela tem um sério problema: “é sonambula”. Certa noite, Lucy, resolve caminhar em direção a um lugar obscuro, um cemitério, Mina percebe que há algo estranho e resolve lhe seguir. Ao chegar lá, ela percebe que há uma criatura muito estranha perto dela e ao se aproximar essa criatura foge e Mina percebe que há duas marcas em seu pescoço. Após essa situação, Lucy adoece e nem o seu noivo que é médico consegue diagnosticar o seu problema.

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Até que seu noivo resolve chamar o famoso médico Abaham Van Helsing, que ao encontrar Lucy, já está convencido que a culpa de tudo isso é de “Nosferatu”, as famosas criaturas que se alimentam de sangue.

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Jonathan consegue finalmente escapar das três vampiras e escreve uma carata para Mina para se encontrarem na Romênia e se casarem logo. Antes da carta chegar, Mina se dá ao encontro de um Lorde, que ela nem imagina ser o Conde Drácula, que já estava em outra forma, irreconhecível se comparado ao primeiro ato do filme. Ali, nasce uma paixão, algo que o livro não levou tanto em consideração, porém é a parte romanceada do filme, destoando um pouco da fonte original, algo que não agradou muito aos fãs.

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No filme, ainda há um dos servos de Drácula, que está em um manicômio, seu nome é Renfield, vive repetindo que seu mestre irá chegar. A atuação de Tom Waits é excelente e se você fechar os olhos enquanto ele fala, irá pensar que é Heath Ledger, em Batman – O Cavaleiro das Trevas.

À partir desse ponto, Lucy torna-se uma vampira, e todos começam a correr contra o tempo, Drácula entrega seu coração à Mina, porém Van Helsing e seus amigos já estão à sua caça, então ele resolve fugir para a Transilvânia. Parando por aqui para não entregar o final.

Francis Ford Coppola, seguiu o roteiro à risca. Apesar de não ser 100% fiel a obra original, o filme conseguir transpor para a linguagem cinematográfica todas as essências expostas no livro.

O livro, apesar de não construir cenários diretamente, dá a entender que tudo se passa em cenários obscuros (Londres, diga-se e passagem) e a direção soube entender completamente isso. A fotografia do filme é excelente, assim como a direção de arte, a equipe de maquiagem está de parabéns, conseguiram fazer o diretor economizar bastante nos efeitos especiais. O figurino, os cenários, tudo vale à pena.

As atuações estão excelentes. Gary Oldman consegue se entregar perfeitamente ao personagem, assim como Anthony Hopkins, apesar de eu achar que os personagens do livro, fossem um pouco mais clássicos. Keanu Reeves, entrega uma atuação mediana, sem convicção, mesmo assim, não estraga o filme. Winona Rider cumpre seu papel e Sadie Frost, que interpreta Lucy, foi um dos grandes destaques, em minha opinião.

A trilha sonora é um caso à parte, composta por Wojciech Kilar, um polônes falecido em 2013, que também era compositor de músicas clássicas. Ele fez um trabalho excepcional ao conseguir entender toda a obscuridade da obra e mesclar música clássica com horror. É uma trilha clássica que merece ser ouvida.

Confira a trilha sonora completa:

No ano de 1993, venceu o Oscar nas categorias de melhor figurino, melhores efeitos sonoros e melhor maquiagem.

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Felipe Stoker

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